segunda-feira, 11 de abril de 2011

TAA com autistas

Hoje iniciarei uma série de postagens voltadas para determinada doença no qual podemos utilizar a TAA como uma alternativa de tratamento. Este primeiro artigo diz sobre os autistas e de forma resumida, indico as principais características do autismo.

Características dos autistas:

Não atende aos chamados (semelhante à surdez)

Não usa a imaginação e não entendem linguagem figurada (se falar que uma pessoa é brilhante ele pensará que é um homem que realmente brilha; não entende um conto de fadas)

Na maioria dos casos, existe um atraso considerável na linguagem (fala palavras sem contexto, não responde nenhuma pergunta)

Pouca ou nenhuma interação social (não olha no rosto das pessoas, prefere ficar sozinho)

Tem sério comprometimento na linguagem não verbal (não demonstra o que está sentindo)

É muito metódico (pode ficar furioso se desestruturar sua rotina ou mudar de lugar algum objeto)

Não tem medo (não entende quando está em perigo)

Por que utilizar a TAA como uma terapia auxiliar

O cão é uma ponte entre o autista e as pessoas. Ele interage com um ser que anda, come, bebe água, sente dor, precisa ser cuidado, mas NÃO é um ser humano.

Desvio do foco.  Ao desviar a sua atenção de um objeto para o cão, o autista passa a perceber esse novo objeto que respira, se mexe. É um objeto vivo.

O tato. A criança explora o corpo inteiro do cão e a dificuldade que tem com pessoas, ele não sente com os cães. A maioria dos autistas reage muito bem ao passar a mão no cão.

Na medida em que o autista estabelece um vínculo com o cão, o animal passa a ser uma ótima 
recompensa isto é,  ele também e um estímulo para conseguir diminuir os comportamentos inadequados e agressivos.

Como atuar nas sessões de TAA

§   A sala deve ter o mínimo de objeto possível. No início, o ideal é que os únicos estímulos sejam o cão e a bola. Se o autista só se interessar pela bola e nem olhar para o cão, não tem problema. Ele pode passar a sessão inteira só olhando para a bola. Depois comece a acrescentar outros estímulos, conforme ele  vai ficando mais familiarizado com as sessões. Pode ser uma escova ou pente, uma coleira com guia, e assim por diante.

§   NÃO OBRIGUE a criança a interagir com o cão na primeira sessão. Primeiro interaja você com o cão. Jogue bolinha. Tente ser o mais metódico possível.  Um exemplo: jogue a bola na boca do cão e peça para ele soltar. Faça várias vezes do mesmo jeito e falando no mesmo tom de voz como uma forma de chamar a atenção da criança. Depois, coloque a bolinha na mão da criança para que ela jogue. (lembre-se que o processo terapêutico é bem vagaroso e os progressos podem não aparecer nas primeiras sessões).

§  Após perceber que o autista já estabeleceu alguma simpatia pelo com o cão, deixe que ele o leve para andar na guia e aos poucos vá dando tarefas para a criança. Ex: Quando terminar a sessão, deixe que ele leve o cão até o carro.

§  Diga o nome do cão várias vezes durante a sessão.

§  Faça atividades sensórias como abraçar o cão, sentir sua respiração, massagear a barriga do cão.

§  Dê a escova  que foi utilizada durante a sessão para ele levar  e trazer na semana seguinte. Pergunte para a mãe como foi seu comportamento em casa com relação à escova.

§  Quando o autista se negar a colocar a blusa ou sapato, ou ficar agressivo, retire o cão da sala é diga que ele só voltará se seu comportamento melhorar

Lembretes:

1 - Para os autistas, é recomendável um cão de porte grande, tranqüilo,que não estranhe comportamentos diferentes do habitual, que consiga ficar muito tempo na mesma posição e que saiba pegar e soltar a bolinha. 
2 – Considero um erro grave dizer que o autista não tem afetividade. Ele não consegue demonstrá-la. O profissional precisa ter muita paciência, pois o tratamento é lento, sendo que em várias sessões pode dar a impressão de não estar progredindo.

3 – Sua postura com os autistas deve ser firme e decidida, mas também amorosa. Usar um timbre de voz meigo não ajuda na hora de educá-lo.

4- Conduza a sessão não só pelas atividades pré-estabelecidas, mas use a intuição e a criatividade.

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