quinta-feira, 25 de novembro de 2010

2º dia de Olívia no Dante Pazzanese

Hoje a Olívia estava mais ambientada ao chegar no Dante. Ainda no meio do caminho, olhei  pelo retrovisor  do carro e vi a Olívia dormindo tranquilamente em cima da Milla enquanto Balú aniquilava uma garrafa pet.
Quando estávamos chegando, Olívia se levantou com o focinho empinado  como se estivesse reconhecendo os cheiros e logo quis sair animada do carro.
 Na hora de subir para a sessão, decidi que a Olívia iria para os adultos  e a Balú  para as crianças com Cláudia, voluntária sem cão. A decisão foi tomada pelo fato de a Balú estar numa fase do aprendizado em que precisa ser  conduzida  por pessoas que não sejam do seu convívio diário. Os cães co-terapeutas não podem  ficar ansiosa e perder o foco quando não está perto do seu dono ou, como no meu caso, a pessoa que tem maior convívio com ela.
Escolhi levar junto para o nosso grupo a Milla, caso Olívia precisasse de uma referência.
Durante toda a sessão Olívia ficou bem descontraída, brincou de bolinha com os pacientes, ficou comportada para  a sessão de fotos (todos os dias que vamos ao Dante Pazzanese tem pessoas  que tiram várias fotos dos cães).
A Milla foi necessária só na chegada à sala, depois  Olívia estava tão interessada nas brincadeiras que ficou á vontade por si só.
Ao encerrar a sessão, fomos nos encontrar com Balú, que segundo a Cláudia ficou ótima, nem se dando conta que eu não estava com ela (como é importante para a TAA ter cães mais desapegados ao dono) Aconselho todos os volutários  e/ou profissionais, fazerem esse tipo de procedimento .
Bem depois de 5 minutos que entraram no carro, Balú, Olívia e Milla caíram no sono. O SONO DOS JUSTOS.  




Mel e Milla observando as brincadeiras da Olívia

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Primeiro dia de Olívia

Hoje no hospital Dante Pazzanese  levei Olívia (golden, 1 ano e poucos meses) para seu primeiro dia como voluntária. O primeiro dia de um cão na instituição não é como qualquer outro, deve-se estudar a melhor estratégia para que o cão tenha sensação boa e não tenha medo.
Veja qual foi a minha tática:
+ Escolhi levá-la junto a Balú, que além de já trabalhar no Dante, ela e a Olívia são muito amigas, sempre socializam junto. Ter um cão amigo e conhecido facilita, pois o cão iniciante imita o comportamento do outro cão além de se sentir mais encorajado e confiante.
+ No Dante trabalhamos em duas alas ao mesmo tempo, um grupo vai para atividade com os adultos e outro trabalha com crianças. A escolha sempre é feita um pouco antes de entrarmos para o atendimento. Como primeiro dia, a Oliívia foi na atividade com os adultos, pois caso viesse a ter um comportamento indesejável, como ficar muito tímida, ou excessivamente brincalhona, as crianças poderiam rejeitá-la ou ficar com receio de brincar com ela.
Bem, o resultado foi ótimo. Ela fez várias gracinhas teve um comportamento de filhote com algumas pessoas, e até quis seguir uma paciente que precisou sair para ser medicado.
Enfim, Olívia é a voluntária mais nova e querida do Dante Pazzanese. Bem-vinda!

domingo, 14 de novembro de 2010

Xixi por ansiedade

Nessa ultima edição da rev. Cães & cia (nº 378) uma leitora pediu para que fosse respondida uma dúvida recorrente aos donos de cães. Ela deixa sua cachorra na varanda e quando a solta, ela faz xixi na sala. É importante para um cão, especialmente no caso dela que é de companhia, ficar perto do seu dono.  Os cães apegados ao dono, ficam mais ansiosos quando se separam deles e ao invés de ser uma correção se torna um suplício para eles e pior, ineficaz. Veja abaixo a resposta:


A nossa shi-tzu, de 1 ano e 1 mês, fica contida durante a maior parte do dia na varanda, local onde faz certinho suas necessidades. Quando a soltamos ela não quer sair de perto de nós. Por isso, segura a vontade de ir ao banheiro ou se alivia em algum lugar errado (quando isso acontece, não reajo). Preventivamente passei a soltá-la somente depois de alimenta-la e depois dela ter feito as necessidades, mantendo-a sob supervisão. Quando pressinto-o que vai se aliviar, ponho-a na varanda. Espero que faça as necessidades, recompenso-a e solto novamente. Essa técnica faz sentido para ela? Ainda dá tempo dela aprender? Produtos como neutralizadores funcionam?
Maria Carolina Dell Eugênio Cremonese, Mineiros, Go.

       Maria Carolina, você utiliza a técnica correta. Mas não está sendo eficaz no seu caso, pois a Mel se sente ansiosa, por querer ficar com vocês ao ser solta e ter receio de ficar sozinha. Isso a faz segurar a vontade de ir ao banheiro ou, então, a leva a se aliviar perto de onde vocês se encontram.
        Para acabar com o problema, recomendo deixá-la solta a maior parte do tempo, com livre acesso à varanda. Quanto maior a certeza dela de que não ficará isolada, mais confiante se sentirá para ir até a varanda fazer as necessidades no lugar certo. Você poderá ajudá-la durante a fase de adaptação, na qual ela provavelmente fará xixi em lugar errado, colocando jornal num segundo lugar, dentro de casa e longe da varanda. Conforme ela acertar, premie e vá aproximando gradualmente o jornal da varanda, até chegar ao local adequado. Enquanto o aprendizado estiver em curso, é recomendável tirar os tapetes da casa.
        Quando a Mel errar, ignore como já faz, e elimine o cheiro do xixi com um desinfetante comum eficaz (alternativamente, você pode usar uma mistura de álcool, água e vinagre). Deixar um cheiro desagradável no local é mais eficaz que neutralizar o odor

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Veja entrevista com Ligiane Castro, psicóloga que trabalha com sua cachorra Balú


1) Como você conheceu o trabalho de terapia assistida por animais?
Foi na época da faculdade, durante os estágios de atendimento clínico a pacientes. Na época eu atendia um menino de 8 anos, vítima de violência doméstica, que tinha muitas dificuldades de se vincular aos 3 profissionais da equipe multiprofissional que o assistia. Motivada pelos trabalhos de Nise da Silveira, de onde tirei inspiração, levei para a clínica escola Ernesto, meu gato de estimação. A idéia era amadora, não estava embasada em conhecimento especializado sobre TAA. A questão é que nenhum recurso tradicional obtinha resultados com o menino, que não falava e era agressivo. Sabia que a criança gostava de gatos, o comportamento de Ernesto era bastante previsível e minha supervisora de estágio achou a idéia viável. Levei o gato para a sessão. Ficou muito claro que a presença do animal na sala de ludoterapia foi um divisor de águas: antes/pós Ernesto. O menino conversou, falou de sua história pela primeira vez por meio da “história do Ernesto”, que, segundo ele, “apanhava em casa e sentia muita raiva”. O menino passou a interagir comigo depois, mesmo sem o Ernesto na sala. Os resultados me levaram a querer saber mais a fundo a respeito desta prática, foi quando conheci o trabalho da antiga OBIHACC (Organização Brasileira de Integração Homem-Animal Cão Coração). Foi quando conheci o seu trabalho.
2) Qual é o tema do seu TCC?
            O tema da minha dissertação de mestrado é Terapia assistida por animais como recurso terapêutico no atendimento a crianças enlutadas. Procurei compreender como se dá o atendimento psicológico na fase diagnóstica a uma criança que busca atendimento em função do luto pela perda de um dos genitores (pai ou mãe). Busquei compreender os efeitos da presença de um cão terapeuta no atendimento à criança. Muitos eram os questionamentos iniciais: se a criança busca atendimento por que perdeu alguém, como ficará quando tiver que se despedir do cão? E se a atenção da criança ficar voltada só para o animal, como administrar esta questão? Será que as questões do luto aparecerão em meio à brincadeira? Os resultados da discussão dos dados obtidos foram muito interessantes. Surpreenderam inclusive a mim, embora acreditasse previamente no quanto a TAA poderia contribuir. O que não sabia, e esse era o objetivo da pesquisa, era se neste contexto de luto seria viável a introdução de um animal, e que, ainda, pudesse ter resultados positivos.

3) Como vc desenvolve a TAA nos seus atendimentos
Utilizo a TAA em dois contextos, que envolvem a minha prática profissional: hospitalar e clínico. Assim, cada um destes contextos segue um protocolo e tem objetivos diferentes, especialmente pelo perfil dos atendimentos e dos pacientes.
No hospital, trabalho com pacientes internados que buscam o atendimento embasado na filosofia dos Cuidados Paliativos. São pacientes portadores de doenças potencialmente fatais que estão fora de possibilidade de cura e que estão internados para melhor controle de sintomas e melhoria da qualidade de vida, dentro das possibilidades terapêuticas disponíveis. É neste sentido que a presença do animal atua: como uma ferramenta, um recurso para promover o alívio do paciente. Assim, a TAA é utilizada como um recurso em Cuidados Paliativos.
No contexto clínico trabalho com pacientes enlutados. Este é o foco dos meus atendimentos como psicóloga. Os objetivos são os de uma terapia de luto e a Balú, minha co-terapeuta. Ela facilita meu trabalho, me ajudando nas interações com o paciente. Somos uma dupla de terapeutas, cada uma com os seus objetivos. O meu, trabalhar, dela, se divertir, dar e receber amor.
4) Quem é a Balú para você
 A Balú, antes de qualquer coisa, é minha cadela. É minha “filha”. Mora com minha família e faz parte dela. Temos uma relação afetiva muito forte, muito especial. Acredito que acontece conosco como acontece com pessoas da mesma família que trabalham juntas: há uma relação de trabalho, que exige cuidados, mudança de postura no momento em que atuam juntas, mas que, quando termina o horário de trabalho, voltam a se olhar a tratar como família.
Ela é uma cadela muito, muito especial. Como cão terapeuta, ela é ótima. Fico encantada como ela tem o “timming” correto, como se soubesse o que fazer na hora que tem que fazer.
 Preciso confessar que muito disto devemos à “Tia Katia”, que a treinou desde 3 meses de idade. Por ela a Balú deixa a gente falando sozinha, fazer o quê. O bom é que a gente também adora a Tia Katia. rs
VEJA TAMBÉM EM VÍDEOS INTERESSANTES BALÚ NA SOCIALIZAÇÃO 

domingo, 7 de novembro de 2010

BRINCAR DE BRIGAR

Não é fácil para alguém que está iniciando na área de comportamento canino avaliar a diferença entre brincar e brigar.
O mais comum é a pessoa não deixar os cães terem contato físico ou até deixar um pouco, mas  logo que o cão começa a interagir, a tendência é afasta-lo.
É necessário conseguir distinguir briga de brincadeiras para que o cão tenha um desenvolvimento saudável e uma socialização tranqüila.
Para saber se o cão está querendo brincar:
_ pergunte ao dono do cão que se aproxima, se ele é castrado. (a maioria dos cães castrados são mais brincalhões). Em geral os cães castrados e submissos em um lugar diferente chegam querendo imitar os cães dominantes, mas seu andar é solto, quase saltitante.
_ quando brincam simulando uma briga, os cães usam muito a boca como se estivessem brigando, mas o corpo não está tenso.
_ Para iniciar uma brincadeira, a sua expressão corporal é semelhante ao espreguiçar do cachorro (bumbum para cima e cabeça para baixo).
_ cão que está com o papel de dominante, se deixa ser mordido e aceita à hora em que o outro quer encerrar a brincadeira.
Veja 3 vídeos a seguir: